Borboletas

 Olhando para o lado percebo que muitos passaram pela metamorfose, de repente se transformaram em borboletas, algumas muito coloridas e outras nem tanto, mas mesmo assim, borboletas.

Mas, também, existem aqueles que nunca vão completar essa transformação, que nunca serão borboletas, simplesmente porque se acostumaram com o aconchego do casulo. Dentro dele se sentem seguros, protegidos, como se, enquanto estiverem lá dentro, mau nenhum pudesse alcança-los...Ledo engano...O casulo é apenas a forma, que alguns encontraram, de não viver.

Toda nossa vida é uma sucessão ininterrupta de conquistas, perdas, transformações, alegrias, tristezas... Todas as etapas são importantes, pois ao ultrapassarmos cada uma delas, percebemos o quanto somos capazes. Mas, alguns preferem abrir mão dessas etapas e estacionam em determinado momento, constroem um casulo em volta de si e seu mundo simplesmente deixa de evoluir.

 E com o tempo, esses casulos vão se fortalecendo e seu ocupante fica cada vez mais, preso dentro de seu próprio medo, de suas frustrações e angústias, enquanto isso, os que o cercam vão evoluindo e alçando vôos cada vez mais distantes.
E essas novas borboletas sabem que seu tempo de vida é efêmero, e que não podem ser eternas, talvez por isso, se lancem a vôos cada vez mais altos, porque sabem que as oportunidades não podem ser desperdiçadas e nem menosprezadas.
E quando, à hora derradeira chegar poderá fechar suas asas, respirar bem fundo, olhar o horizonte... fechar os olhos, e ter a certeza de que valeu a pena ter saído do casulo para se transformar em borboleta.

Por Lolo Araújo